Ortorexia. Já ouviu falar?
30/10/2017 - 2 minutos de leitura
O esforço em se alimentar de forma saudável perde seu caráter positivo e ganha status de problema quando vira obsessão e compromete a qualidade de vida. Quer saber mais? Confira a entrevista com a nutricionista Luciana Perdiz, do Hospital Samaritano Botafogo, no Rio de Janeiro.
O que diferencia uma simples intenção de comer bem do transtorno?
A intenção de se alimentar adequadamente é saudável, contanto que não haja excessos e fanatismo, levando a um desequilíbrio alimentar. As pessoas com ortorexia, geralmente, perdem peso. Esse é um dos sinais de atenção.
Há outros comportamentos, que servem de alerta para ajudarmos alguém com esse desvio ou para que a própria pessoa identifique o problema e peça ajuda:
- Preocupação demasiada com ingredientes e composição dos alimentos. Muitas vezes, até na preparação e nos utensílios utilizados.
- Mudança de programas sociais em função do tipo de comida disponível.
- Tendência a pagar o que for preciso pelo alimento considerado ideal.
- Hábito de excluir sal, açúcar, gordura, condimentos, corantes e conservantes do cardápio.
- Sentimento de culpa, diante de qualquer deslize na dieta.
- Críticas frequentes aos hábitos alimentares das outras pessoas.
Quais costumam ser os gatilhos da doença?
Os principais gatilhos são baixa autoestima e insatisfação com o corpo.
Os estereótipos de beleza e boa forma, impostos pela mídia, contribuem com o desenvolvimento do distúrbio?
Muito. Uma das principais motivações é a influência da mídia.
Como a ortorexia prejudica a qualidade de vida, no dia a dia? Quais são as restrições (alimentares, sociais e emocionais) impostas pelo distúrbio?
O transtorno pode levar à desnutrição e deficiências nutricionais específicas, com consequente queda no desempenho das atividades diárias. Como falamos anteriormente, as pessoas que vivenciam o problema, geralmente, mudam seu comportamento social devido às restrições alimentares.
Como é conduzido o tratamento?
Ainda não existe tratamento específico. O fundamental é procurar um médico, que avaliará a saúde mental, e um nutricionista, que dará orientações sobre uma alimentação adequada. Eles irão direcionar um caminho para a recuperação.
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